DIG OUT YOUR SOUL
- Roberto Kitagawa
- 26 de jul. de 2020
- 4 min de leitura

Já são quase 12 anos desse derradeiro disco de estúdio lançado em 06 de outubro de 2008.
A turnê do disco terminou naquele fatídico 28 de agosto em 2009 em Paris, quando Noel deixou a banda um pouco antes do concerto após uma terrível briga com Liam.
Foram 15 anos de barulho e confusão, mas isso é uma outra história a ser comentada em outra oportunidade.
Muitos torceram o nariz para esse disco gravado no lendário Abbey Road Studios, com produção de Dave Sardy, o mesmo do álbum anterior, Don´t Believe The Truth (2005), e embora não seja um grande álbum da banda, tem seus momentos.
A faixa Bag It Up abre o disco com um poderoso riff que agrada logo de cara. Vocal melódico de Liam acompanhado de um backing destacado de Noel em certos momentos. Final apoteótico, bela faixa. Denis Guedes e Thiago Carneiro, os dois, a época menores de idade, da banda The Outs, ganharam um premio da NME, que realizou um concurso de covers das canções desse álbum. Eles faturaram com essa faixa, o prêmio seria uma viagem a Inglaterra para assistirem um show do Oasis no Wembley Stadium.
The Turning vem na sequência, com uma levada gostosa de bateria, seguida de um piano fodástico, uma das minhas favoritas do álbum.
Refreão pegajoso "... So come on, shake your rag doll, baby / Before you change your mind ..." (Então vamos lá agitar a sua boneca de pano, querida / Antes de você mudar de idéia). Noel usa falsete em ritmo climático ao final.
Depois Waiting For The Rapture, vocal primoroso de Noel. Um riff que soa Come Together, falsetes do Chief "... I said I'm tiiiired ...". Grande faixa!
Na sequência o primeiro single do álbum, The Shock Of The Lightning, confesso que não me empolguei a primeira audição a época, mas o vídeo clipe é muito legal, abre com aquele menção da capa da coletânea dos Rolling Stones, Hot Rocks 1964-1971, mostrando uma imagem psicodélica da cabeça do Liam com aquele corte tijela e dos demais integrantes da banda ao centro. A letra com uma tradicional referencia aos fab four, "... A magical mystery ...".
I´m Outta Time, segundo single do disco, composição de Liam Gallagher, é uma faixa John Lennon puro. Solinho ala slide guitar matador. Liam quando se propõe a fazer uma boa balada, sai da frente!
(Get Off Your) High Horse Lady, cantada por Noel, tem uma levada legal, acompanhada de palmas. Soa uma música faroeste, meio bang bang, sei lá, no final aquele som de alguém caminhando na terra, pedras, algo do tipo, bem legal.
Seguindo, temos Falling Down, terceiro do álbum e último single lançado pelo Oasis na carreira. Como já falei em outro post sobre essa faixa, ela flerta com o eletrônico do Chemical Brothers, como nas musicas Setting Sun e Let Forever Be que teve participação de Noel Gallagher com uma batida Tomorrow Never Knows dos Beatles.
Cítara a vista, To be Where There´s Life, composição de Gem Archer, esse nunca decepciona vide A Bell Will Ring e Hung in a Bad Place. Canção Beatles na alma, com aquele vocal anasalado inconfundível de Liam. Baixão estralando, ouso dizer, que a segunda melhor do disco.
Composição de Liam, Ain´t Got Nothin´, 2:15, curta e grossa, caberia em Don´t Believe The Truth na minha opinião. Diz a letra "... Wipe that smile / From your face ..." (Limpe esse sorriso / Da sua cara), dizem que essa música tem inspiração naquela briga em que Liam e outros membros da banda se envolveram em Munique na Alemanha, quando Our Kid ficou sem o dente centro avante rs...
The Nature Of Reality, composta por Andy Bell, tem peso nas guitarras, e sem novidade, acho que flutua ali na praia Beatles também. Tem momentos em que a música da aquela quebrada e entra uma guitarra, que me dá a impressão que vai iniciar a faixa Revolution, mas ai ela muda a direção.
O álbum encerra com Soldier On, faixa composta por Liam. Como o nome da música sugere, começa com uma espécie de marcha militar e termina com uma gaita Mellotron bem legal. O refrão é uma espécie de nanana ou lala, cantarolada por Liam.
A versão japonesa traz ainda os bônus I Believe in All também composta por Liam, que entraria facilmente no disco e uma versão alternativa de The Turning cantada por Noel. Uma faixa b-side que achei um pecado não ter entrado nesse álbum é Boys With The Blues, com um lindo piano, também composição do Our Kid, que faz parte do cd bônus de uma edição especial do disco.
A arte desse álbum também é fantástica, assinada por Julian House, e tem até um logotipo diferente do Oasis. O nome do disco é tirado da letra de To Be Where There´s Life, por sugestão do ilustrador Ralph Idris Steadman. O nome do disco apareceu em spray nas calçadas de Londres, Leeds, Glasgow, Brighton e Liverpool como estratégia de marketing.
Uma curiosidade, é que a faixa (I Wanna Live in a Dream in My) Record Machine, entraria nesse disco, mas acabou por aparecer somente anos mais tarde (2011) no disco solo de estreia do Chief.



















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